E o garoto chega da rua. Desce de sua bicicleta celeste, entra em casa de sopetão e arrasta o all star pro canto. Chega barulhento e é barulho de fome porque de sorte sabe que a mãe já fez o mingau. É certo também que não se aguenta de vontade de tocar o violão e cantar o que viu naquele dia. Porque pra ele é fácil, nunca vi assim.
E lá vai ele com o Giannini, papel e lápis. Toma um guaraná aos goles ticos e finge ser boêmio. E o menino escreve. Escreve empatias e quimeras; vontades, paixões e decepções. Ah, menino... deixa a gente ouvir a sua música também?
"O rio fica lá
A água é que correu
Chega na maré
Ele vira mar
Como se morrer
Fosse desaguar
Derramar no céu
Se purificar
Ahh, deixa pra trás
Sais e minerais, evaporar."