Fotografia

Cores, sombras, tons e tatos. Da melancolia de Cartier Bresson à discrepância das obras de Oliviero Toscani, o mundo é registrado com um toque do indicador e outros vários toques de talento e sensibilidade. Dão-se voltas e giros mágicos como se o mundo parasse por meio de suas mãos e, se também paramos pra pensar, nós também nos sentimos estáticos ao ver algum momento digno de ser eternizado. O som ambiente pode ser captado mesmo que este não saia mais tarde no papel, o que na verdade não precisa, pois, se este for percebido enquanto o artista se debruça nas janelas da alma para ver além a vasta paisagem que há, a melodia será a mais doce e suntuosa possível. A imagem revelará sentimentos, reações e, até mesmo, sons que já foram anteriormente sentidos pelo romântico com as lentes em punho.

Quando uma criança corre brincando de pique ao cair da tarde ou quando a ave desce em vôo rasante já com sua presa em vista, há certo clima que talvez jamais se repita. Esta atmosfera preciosa pode ficar pra sempre em nossa memória, mas se perde em detalhes se tentamos dividi-la com alguém. A melhor maneira de compartilhar isso que move o nosso íntimo é por meio das fotografias. São elas que te proporcionam o afloramento de emoções diversas e que podem facilmente te levar do riso ao pranto a partir de uma lembrança captada.

O mais fantástico de todo esse universo é justamente ele proporcionar o registro de um momento de rápida ação em algo totalmente quieto e, por assim ser, toda a harmonia, destreza e formosura em qualquer coisa acessível às mãos humanas.

O palpável e o que se dissipa, o que é fixo e o que se desprende; o que é possível e o que se achava não ser. Nenhum momento digno de registro se esvai pelos olhos acalentadores do fotógrafo.