No Porão da Alma

Chega uma hora em que se descobre que a raiva que se passou não valeu de nada.
O tormento continua. Então você aprende a se manter calado, frio. Aprende a usar o porão da tua alma pra penalizar assuntos dos quais não se sente a vontade de enfrentar todos os dias e obter sempre os mesmos resultados. Há sempre o desejo de liquidar aquilo, acabar, matar aquilo. E como a morte física arca grandes consequências, muito mais pra você do que pra sua vítima, você se mantém frio. E daí para a solução é uma questão de tempo. Você aprende com os erros e estende a sua frieza cefálica e neural até os seus sentimentos. Anula as pessoas que te importunam e as ocasiões que elas causam. Ignora quem te faz se sentir uma péssima pessoa. Daí você leva alguns meses até encontrar a sua libra. Se equaliza.
Respira fundo e acaba aceitando as diferenças um dos outros, sempre mantendo a linha tênue entre o que se deve ou não levar em consideração.

2 comentários:

Meysa disse...

Totalmente compreendido, "vou passar por alguns meses também",
Gostei, muito bom.
Abraço.

Akemi disse...

Não preciso nem escrever muito pra dizer o quanto gostei desse texto né? Já disse a você. Não pense demais no que escreve Aleks. Seja menos "parnasiano", sinta a emoção. Seu texto harmoniza a alma com as letras e é isso que importa. Se tiver alguma coisa que não encaixa muito, não se importe. A "desconstrução" ainda está em alta. Vai lá parangolé. Arrebenta.

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